Quando fui chuva

chuva

Num daqueles domingos de chuva e frio, abri as velhas gavetas do pensamento e do quarto.
Abri as velhas agendas, os velhos cadernos, as velhas memórias de quando fui chuva…
Num daqueles dias de frio, abri meu coração e reencontrei as boas lembranças de um passado não tão distante.
Algumas coisas são verídicas e realmente aconteceram.
Outras coisa não são menos verídicas por apenas terem acontecido na minha cabeça.
O que é verdade ou não, nem importa.
Importa a retomada de tudo aquilo que um dia me fez muito feliz.
O que importa é o início e o recomeço daquilo que um dia eu criei.
Mas retomando a velha essência da crônica diária, do acontecimento de um dia, de tudo aquilo que me inspirou e inspira.
Daquilo que eu sei que me inspirará.

E hoje, o que me inspira…

Ausência

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Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

[Carlos Drummond de Andrade]

Outro dia

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Hoje um cara perguntou:
Ique namoro há 8 anos.
Às vezes não sei se o que eu sinto é amor, carinho ou amizade.
Você já passou por isso?

7:30 da manhã.
Escuto meu pai acordando.
Vou até o quarto para dar um beijo.
Isso é amor.

Ele não consegue se levantar.
Então o abraço e carrego até a cadeira de rodas.
Isso é amizade.

Ele não consegue tomar banho.
Pego minha bermuda.
E dou banho nele.
Coloco muito sabão.
Até ele virar um urso polar.
Isso é bagunça.

Ele gosta de tomar banho escutando Roberto Carlos.
Coloco a música.
Isso é amizade.

Aprendo a cantar Roberto Carlos.
Isso é amor.

9:00 da manhã.

Ele não consegue comer a torrada inteira.
Corto em pedaços pequenos.
Isso é carinho.

Ele não consegue fazer a barba.
Então faço a barba.
E deixo metade do bigode.
Isso é bagunça.

10:00 da manha.
Desço com ele para tomar sol.
Isso é amizade.

Ele sempre gostou de voar.
Paro a cadeira de rodas na entrada do prédio e falo:
“Bom dia!
Aqui é o comandante Carvalho direto da cabine de comando.
Céu azul. Temperatura de 28 graus.
Tempo estimado da viagem 30 segundos.
Obrigado e tenham um excelente voo”
Puxo a cadeira pra trás. (Por favor mãe não leia isso)
E começo a empurrar a cadeira em alta velocidade pelo pátio do prédio.
Ele começa a sorrir.
Isso é aventura.

12:30 hora do almoço.
Almoço com ele.
Isso é amizade.

Ele não consegue comer sozinho.
Coloco um pouco na colher e falo:
“Tripulação, preparar para a decolagem”
E a comida vai voando para a boca dele.
Isso é carinho.

Ele sempre gostou de beterraba.
Eu nunca gostei.
Hoje nós dois comemos.
Ficamos com a boca roxa rindo um para o outro.
Isso é amizade.

13:30 hora da soneca.
Coloco meu pai na cama.
Dou um beijo e falo:
“Dorme bem.”
Isso é carinho.

Saio para trabalhar.
20:00 volto pra casa.
Quando abro a porta
Todos os dias meu pai está na sala me esperando.
Fecho a porta.
Ele abre um sorriso.
Isso é amor.

Ele não consegue ir ao banheiro.
Dou um abraço,
levanto da cadeira e coloco na privada.
Isso é amizade.

Ele não consegue se limpar.
Pego a minha bermuda.
E dou banho nele.
Isso é carinho.

Coloco o chuveiro quente pra tudo ficar embaçado.
Começo a desenhar no Box.
E narrar uma história.
Ele fica sorrindo.
Isso é sonhar.

21:00 hora de dormir.
Antes de colocar na cama.
Pego a fralda.
E uma caneta esferográfica.
Desenho o símbolo do super homem na fralda.
Ele começa a rir.
Isso é amizade.

Coloco ele na cama.
Sento ao lado.
Começo a contar o resto do meu dia.
Isso é carinho.

Ele não consegue mais falar.
Então responde com os olhos e um sorriso.
Isso é amor.

23:00 ele dorme.
Levanto.
Dou um beijo e falo no ouvido dele:
“Eu te amo. Até amanhã”
Isso é esperança.

Vou para o meu quarto.

Meu pai sempre disse que as estrelas são anjos.
Então, todos os dias antes de dormir, vou até a janela.
Começo a olhar para as estrelas.
Respiro.
E falo:
Onde você está agora, meu anjo?
Eu sei que você pode me escutar.
Por alguma razão, eu e meu pai nos encontramos aqui na Terra.
E descobrimos o que é o amor.
Queria que tivéssemos mais tempo juntos.
Porque agora, estamos aprendendo,
o que significa ser humano.

Então meu anjo, por favor, seja paciente.
Não leve meu pai hoje.
Ok?

 

Há dois anos eu busco bem no fundo do meu coração a coragem pra falar da minha despedida.
Do último abraço que eu precisei dar no meu pai…
Amém, não foi o último.
Um dia eu consigo.

Um vídeo sobre amizade sincera, lealdade e fidelidade desinteressada

Oim, oim, oim que lindinho!

Eragon!

O primeiro post do novo blog que só mudou de visual e endereço, é uma dica de livro.

Sempre estive bastante disposta a encarar todo e qualquer tipo de leitura, até mesmo quando faço a leitura de bulas de remédio para minha querida mãesinha. Adoro essas pequenas letrinhas unidas em várias páginas também unidas para contar uma história.

Não me importo com o tipo de história e nem de onde ela vem, apesar de ter uma pequena aversão com os livros “queridinhos dos adolescentes”. Exemplo: Crepúsculo! Não tive o mínimo interesse em lê-lo, mas talvez ele seja um desafio para o futuro, quando nenhuma outra opção estiver ao alcance imediato.

Mas olha como a vida é engraçada. Nessa mesma linha Crepúsculo eu vejo esses livros do Harry Potter e essas trilogias de dragões, princesas, sapos e sei lá mais o que, mas mesmo assim, tive o prazer de ler liros desse tipo. Digamos que sou meio chegada em contos de fadas. E os contos de fadas modernos são até mesmo meio violentos. To indignada com o final da história do Harry Potter por que as pessoas não param de morrer gente…. Bom, mas o post não é sobre Harry Potter pois eu ainda não o terminei.

O post de hoje é sobre o início de uma saga de dragões, elfos, anões e muito sangue… Apesar de que a parte do sangue fica bem subentendida. Em fim. A história foi escrita por Christopher Paolini, autor nascido nos Estados Unidos da América. Trata-se do primeiro livro do Ciclo da Herança, anteriormente conhecido como Trilogia da Herança.

Trata-se daquelas histórias que se não fossem escritas pelo filhinho da mamãe, nunca seriam publicadas. Digo isso porque os pais do Christopher eram donos de uma editora. Claro que isso não desmerece o sucesso que o livro fez posteriormente, sendo traduzidos para várias liguas. Devemos levar em consideração também que o autor iniciou a saga bem novinho, quando tinha em torno de 15 anos, o que é um feito nos nossos tempos brutais.

O que se destaca no início dessa história é a embromação. Deve ser bastante complicado iniciar uma história sem referências, ou alguém ai já viu um dragão sobrevoando a cidade?

A história parte do zero e se desenvolve no susto, de maneira que o leitor fique meio perdido de início, porém, passa a entender melhor o que se passa a partir no nascimento de Safira, o dragão dessa primeira história. Depois disso tudo fica mais claro e também perde um pouco da graça, do mistério inicial. Inicia-se uma fuga e você se sente no meio do deserto, quando os personagens o atravessam. Digo isso pois você se sente meio entediado, como eles também devem ter se sentido na travessia.

Eragon, o personagem principal do livr, é meio bobão e é ferido, ou quase morto pelo menos umas 3 vezes, o que tira um pouco da força que o personagem deveria ter realmente.

A batalha final, que deveria ser a parte mais importante do livro, inicia do nada e acaba do nada, com o Eragon desmaiado e ferido novamente. Dá a impressão de que o autor da história estava enfastiado de detalhar a guerra e cortou ela pela metade fazendo o personagem principal desmaiar.

Quando ele acorda, a guerra acabou e seus amigos estão bem. Que lindo né!

Pra ser bem sincera, foi um final tão morno que nem lembro exatamente como terminou. Claro, também quero deixar um mistério e não contar que o personagem principal morre…Ou não…

Tudo bem, pode ser apenas o início da triologia. Prometo que tentarei ler os próximos livros e comentarei caso minha primeira impressão esteja errada, afinal, isso pode mesmo acontecer.

Quando iniciei a leitura de O Senhor dos Anéis, fiquei meio desanimada, mas não demorou muito para se tornar um best primeiro de minha lista.

Bom gente, pra quem quiser, fica a dica:

Livro Eragon, da Editora Rocco!

Até a próxima então!