Uma ode ao não ler

Livros

O texto a seguir serve de referências aos jovens que passam 20 horas diárias tentando encontrar maneiras de convencer os adultos que ler não é uma coisa legal.

Caro leitor. Há de concordar comigo sobre o fato de que muito somos influenciados pelos meios de comunicação através de matérias que discorrem positivamente sobre a leitura. É fato que esses mesmo meios manipulam os telespectadores e os induzem a pensar conforme o sistema que os controla. Hoje, especificamente escreverei sobre um assunto comumente mencionado: a leitura. Devemos encarar os fatos sob dois pontos diversos: o lado positivo e o lado negativo de ler.

Muito se fala, ou somente se falam dos benefícios que essa prática traz. Dentre eles o desenvolvimento do vocabulário, da criatividade e o alcance de conhecimento de forma divertida e lúdica. É fato que a arte de uma forma geral proporciona também o desenvolvimento de pessoas sensíveis que levam a vida de forma menos preocupada, mais alegre e que não se preocupam com as coisas ruins da vida, deixando que ela os leve. Creio que chegamos ao momento de analisarmos os malefícios da leitura aos seus amantes.

Iniciaremos pelos problemas óbvios advindos da utilização indevida dos livros: problemas de coluna decorrentes das cargas excessivas desses objetos em mochilas, doenças respiratórias advindas da poeira e do mofo existente nas páginas armazenadas em bibliotecas sem ventilação, transmissão de doenças através de bactérias e vírus passados de leitor a leitor, isolamento desses indivíduos da sociedade, provocando fobia social, cansaço da visão devido ao esforço produzido na atividade, gastos monetários com psicólogos para esposas, maridos e filhos devido a ausência familiar do indivíduo, dentre outros.

Além dos malefícios produzidos aos indivíduos praticantes, citamos ainda os impactos ecológicos decorrentes do desmatamento para a produção das edições, do gasto de energia utilizada quando o praticante lê a noite (maior incidência da prática), gasto de energia quando o livro é lido virtualmente, acúmulo de pequenos animais em determinados locais (em meio às páginas dos livros), afetando assim a cadeia alimentar, e etc.

Outro ponto que deve ser mencionado refere-se a pessoas que passam seus momentos de ócio criativo lendo romances. Conclui-se, mediante análise visual e da vida do observado que, na maioria das vezes, essas pessoas não têm propósitos de vida e nem preocupações referentes ao futuro, vivem “viajando na maionese” e entretidas com pensamentos falsos de um mundo que apenas existe em pensamentos, o que propicia ao afastamento desse indivíduo da realidade social e na criação de uma falsa verdade sobre as pessoas que o cercam. Ainda perdem seu precioso tempo na fantasia das viagens de outras pessoas alucinadas que, através da manipulação mental dos afetados, adquirem vantagens financeiras com a publicação de suas edições.

Tomemos como exemplo o relato da pessoa que vos escreve. Possuo 21 anos, leio em média dois livros por mês (o que é considerado pouco pelos afetados pelo vício da leitura), larguei o emprego por acreditar que pudesse existir um lugar melhor para se viver, uma “Terra do Nunca” em algum lugar remoto, estou prestes a me formar em uma faculdade que sobrevive da felicidade alheia e que fabrica locais para o divertimento do próximo, que forma profissionais que obterão retorno financeiro pouco favorável levando em consideração a carga horária de trabalho e que sofrem a humilhação de conviver com a tiração de sarro alheia quando fala-se em formação universitária em Turismo. Além do mais, sofro com a síndrome de nome desconhecido que causa excesso de pensamentos por segundo. Síndrome essa que pode acarretar amnésia, insônia, dores de cabeça, peso na consciência, atraso, quebra de objetos, TOCs, obsessões e etc. Dependendo da freqüência em que a pessoa insere a leitura em suas atividades diárias, pode sofrer com mania de perseguição e fantasiar coisas durante suas atividades rotineiras, como imaginar que Jesus transformou água em vinho ou que Elvis não morreu. Pode-se considerar a prática um tipo de vício cuja abstinência agrava os sintomas acima mencionados.

Além do mais, diferente dos outros tipos de vícios, esse não permite que você o pratique juntamente com outras atividades. Você necessita de todas as atenções voltadas a sua leitura. Dessa maneira, perde as oportunidades que a vida lhe oferece e passa a maior parte do tempo pensando em coisas inúteis ao invés de pensar na sua própria existência, permitindo assim que você não procrie como prevê a evolução da espécie, influenciando na manutenção da vida terrestre.
Dessa maneira podemos concluir que a leitura deveria ser receitada a indivíduos capazes de discernir no seu dia, quais os momentos e doses corretas a serem aplicadas de leitura, para que essa prática não prejudique sua vida, sua personalidade, o ecossistema e a manutenção da espécie. Também devem ser afastados dos livros indivíduos com perfis psicológicos tendenciosos.

😮

Já que se adere ao que é ruim facilmente… Vai que cola!

Meu pai é um sábio homem

fuga

Meu pai é um sábio homem.
Uma de suas mais célebres frases nunca fez sentido pra mim: “Escapa da vaca, o touro te pega”.
Nunca fez sentido.

Há uns 4 meses, resolvi mudar.
Resolvi fazer tudo o que fosse possível.
Tudo que pudesse significar felicidade.
Tudo que pudesse significar reconstrução de uma vida que ficou abandonada lá no passado.

Há uns 4 meses resolvi abraçar tudo.
Há uns 2 meses resolvi abraçar um abraço que eu sempre quis reabraçar.
Na fuga, na tentativa de procurar o sentido, acabei por viajar em círculos que me fizeram voltar ao mesmo lugar insignificante dessa minha vida de nadas e nadas e nadas.
Eu sei, não faz sentido.

As pessoas vão, as pessoas vem.
E a gente continua vazio, a procura de algo que nos complete.
Continuamos a procura de um sentido pra tudo que nos acontece.
Sou uma questionadora em movimento.
Uma questionadora que não sossega.
Por vezes meio cega, eu sei.

Só que aquilo que ele sempre me disse, era verdade.
Filosofia simples, pura, popular.

Você move mundos,
fundos,
montanhas
para escapar de
situações,
coisas,
pessoas.
Pra evitar sentir.
E quando você menos espera, sente.
Um turbilhão.
Você tenta e por vezes consegue escapar da “vaca”.
Dobrando a esquina, da de cara com o “touro”.
Ele te pega.
Porque na verdade, os
medos,
sensações,
sentimentos,
a vaca e o touro,
estiveram o tempo todo no lugar mais distante
(ou não)
que poderiam estar.
Em você.

Encarar a vaca e o touro é uma necessidade quase que existencial. Estamos aqui pra isso.

A vida vai, a vida vem.
E a gente continua vazio, a procura de algo que nos complete.
Fugindo da vaca e do touro.
E quando você menos espera, eles saem de dentro de você.
E te destroem.

Quando fui chuva

chuva

Num daqueles domingos de chuva e frio, abri as velhas gavetas do pensamento e do quarto.
Abri as velhas agendas, os velhos cadernos, as velhas memórias de quando fui chuva…
Num daqueles dias de frio, abri meu coração e reencontrei as boas lembranças de um passado não tão distante.
Algumas coisas são verídicas e realmente aconteceram.
Outras coisa não são menos verídicas por apenas terem acontecido na minha cabeça.
O que é verdade ou não, nem importa.
Importa a retomada de tudo aquilo que um dia me fez muito feliz.
O que importa é o início e o recomeço daquilo que um dia eu criei.
Mas retomando a velha essência da crônica diária, do acontecimento de um dia, de tudo aquilo que me inspirou e inspira.
Daquilo que eu sei que me inspirará.

E hoje, o que me inspira…

Ausência

drummond1

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

[Carlos Drummond de Andrade]

Frases soltas de uma noite de insônia

insonia

Hoje parei para refletir sobre o blog.
Aliás se existiu alguma fase na minha vida em que eu refleti , foi esta:
A minha adolescência tardia.

Um dia me disseram:
Algumas pessoas precisam perder para sentir falta.
Hoje eu remendo:
Às vezes a gente precisa ser a tal coisa perdida pra se compreender.
Hoje vivo minha adolescência tardia.
Eu fui a coisa perdida.
Eu descobri que a tal felicidade tava perto, e eu não via:
Dentro de mim.
A felicidade completa, que hoje transborda.
Mas eu já não me preocupo mais com os transbordos da vida, não.
O que deve ser sempre acontece.

OBS: Aliás. Transbordo me lembra lixo.

E por questionar uma parte de mim que perdi faz muito tempo, a inspiração, descobri que exigi tanto que ela ficasse comigo, que ela sumiu:
Sem deixar rastros;
Sem deixar vestígios;
Sem deixar bilhete;
Sem deixar beijo no espelho do banheiro com batom vermelho…

Uma cafajesta.

Eu talvez siga minha vida bandida buscando-a por aí. Talvez nunca a reencontre.
Ou será que um dia eu realmente estive com ela?
Pois a inspiração não é algo, ou alguém. Não vejo assim.
A inspiração é o momento, é o que se sente na pele, é o coração batendo forte por simplesmente existir.
E eu não sinto isso fazem uns 10 anos…

Você sabe o que é uma crônica?
Gênero textual literário, geralmente uma narração curta, frequente em revistas e jornais (talvez nesta pós-modernidade moderna, revistas e jornais virtuais).

Talvez tenha chego o momento de retomar o sentido deste lugar comum de encontros. De meu encontro comigo e com meus monstros e palhaços. De retomar a essência deste filho que eu criei. Pois eu não escrevo pra você nem pra ninguém. Escrevo pra mim e pra felicidade que aqui mora agora.
Porque se tem uma coisa que eu reencontrei nesses últimos dias, foi a felicidade!

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